Desenvolvimento no Periodo Escolar

Desenvolvimento no Periodo Escolar

 

DESENVOLVIMENTO NO PERÍODO ESCOLAR

 

1. Desenvolvimento cognitivo e sócio-cognitivo;

2. Self;

3. Relações com pares;

4. Desenvolvimento emocional;

5. Família: pais e irmãos;

6. Escola;

7. Self em desenvolvimento.

 

Características do Pensamento Pré-Operatório versus Características do Pensamento Operatório Concreto

 

Pré-Operatório

Operatório Concreto

Concreticidade

Concreticidade

Egocentrismo

Superação do Egocentrismo

Centração

Descentração

Atenção a estados Versus Atenção a transformações

Atenção a estados e transformações

Irreversibilidade

Reversibilidade

 

A operatividade concreta: progressos na conduta e no processo de socialização:

 

Concentração individual e colaboração efectiva;

• Capacidade progressiva de diferenciar o seu ponto de vista do ponto de vista dos outros e de os coordenar;

Jogos de regras: preocupação com a “lei única”, com a unidade das regras admitidas durante o jogo, começa a haver controlo mútuo na competição.

Capacidade de reflexão - em vez das condutas simpulsivas, acompanhadas de crença imediata e de egocentrismo intelectual, a criança tende agora a pensar antes de agir.

 

uma reflexão não passa de uma deliberação interior, isto é, de uma discussão que temos connosco como poderíamos tê-la com interlocutores ou contraditores reais ou exteriores (…), é uma conduta social de discussão, mas interiorizada; como o próprio pensamento pressupõe uma linguagem interior, portanto interiorizada.” (Piaget)

- Uma operação é uma acção interiorizada ou interiorizável, reversível e compreendendo outras operações, constituindo um sistema fechado.

 

- Acção interiorizada: se a acção efectiva foi até aqui a única fonte de conhecimento, a criança começa a ser capaz de passar sem ela: a acção em pensamento, interiorizada, basta-lhe;

 

- Reversível: é a possibilidade de coordenar em pensamento uma acção simultaneamente nos dois sentidos - é a fusão num único acto de antecipações e das retroacções;

 

- Compreendendo outras operações num sistema fechado - uma operação nunca está isolado, faz parte de um sistema de operações (estrutura operatória) e é, por isso, compreendida por outras operações - Exemplo: lógica matemática: adição e subtracção, divisão e multiplicação.

                                                                                        

     Mundo interno do Self

 

• Desenvolvimento da compreensão de si próprio: visão mais completa, madura e integrada do self: self psicológico:

 

- Constituído por capacidades mentais e sentimentos – considerando em conjunto os vários aspectos das suas experiências, como parte do mesmo self “interno”.

- Das características físicas ao “retrato” psicológico (descrever-se em termos de pensamentos, sentimentos, capacidades…)

 

Desenvolvimento do self social: “Quem eu sou” está relacionado com o que os outros são:

 

- Tendência para usar os outros como referência na sua avaliação pessoal: comparação social;

 

- Desenvolvimento da noção de género estereótipos ligados ao género: sensível ao que é considerado socialmente apropriado para os rapazes e para as raparigas;

- CONSCIÊNCIA DA SUA IDENTIDADE LIGADA

AOS QUE O RODEIAM

- Conceito de self projectado no contexto social.

 

 

Relações com os PARES : aumenta o tempo passado com os pares:

 

1. Experiências únicas de aprendizagem proporcionadas pelo grupo em termos de partilha, reciprocidade, igualdade, normas e regras de convivência social, aprender a regular a agressão e a compreender princípios de lealdade…

 

2. Desafio ao desenvolvimento de competências sociais para além das competências básicas: capacidade de compreensão do outro, de afirmação do seu ponto de vista, de negociação de conflitos, liderança…

 

3. Desenvolvimento da capacidade de compreender a perspectiva do outro em termos das suas características psicológicas (suas necessidades e sentimentos) e não apenas no que aparentam ou fazem.

 

• Capacidade para compreender que o comportamento depende da situação (o que é adequado com uma pessoa, não o é com outra);

 

• Capacidade para comunicar sentimentos e desejos por palavras em vez de acções - importâncias das competências de negociação, de apelar para as normas, de verbalizar o seu desagrado, etc.);

 

4. Concepções de amizade começam a situar-se no plano psicológico – valorização de qualidades como lealdade e compreensão;

 

5. Começam a formar redes de amigos - grupo de pares capacidade de coordenar as suas alianças com amigos particulares com o seu funcionamento no grupo; aprender a aderir às normas do grupo, incluindo normas sobre a interacção com membros do sexo oposto - aprendem a manter as fronteiras;

 

DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL

 

• No período pré-escolar há a possibilidade de experienciar todas as emoções básicas, agora começa a ser capaz de compreender estas emoções e as suas causas:

 

• Compreender os múltiplos aspectos da activação/excitação emocional - não depende só do que acontece, mas também do que se espera;

 

• Tomar em conta a situação particular - compreender que as emoções podem variar na mesma situação dependendo dos resultados;

 

• Compreender que diferentes pessoas podem experienciar diferentes emoções nas mesmas circunstâncias e que eles próprios podem ter reacções diferentes em diferentes momentos;

 

Aprendem as regras sobre expressão emocional, por exemplo: a esconder/mascarar emoções;

 

• Aumento da empatia, da capacidade de compreender os sentimentos dos outros;

 

• A adesão às regras internalizadas na sua relação com os pares leva a que os sentimentos de culpa, de vergonha e de auto-reprovação apareçam quando estas regras não são cumpridas à expansão do self moral.

 

CONTEXTO FAMILIAR

 

- Maior capacidade de auto-controlo conduz a maiores responsabilidades,

- Maior participação nas tarefas e autonomia;

- Desenvolvimento sócio-cognitivo leva a maior preocupação com questões de igualdade e de justiça;

- Pais tendem a usar menos coacção física e a estimular/usar mais a utilização do raciocínio, a monitorizar o comportamento em vez de dirigir activamente;

 

RELAÇÕES COM IRMÃOS

 

- Conflitualidade e rivalidade entre irmãos relacionada com a comparação social;

- Diferenças em relação aos pares: emocionalidade maior (positiva e negativa), conflitos mais centrados na posse de algo;

- Qualidade da relação depende de vários factores: proximidade de idade, género e tratamento preferencial pelos pais;

- Contexto especial para aprender a lidar com a raiva sem pôr em causa a ligação mútua a longo prazo,

- Apoio mútuo (podem compensar as relações mais pobres com os pares ou as situações mais difíceis, por exemplo, divórcio ou conflitos conjugais).

 

ESCOLA

 

• Para além das aprendizagens académicas… a escola pode encorajar o comportamento pró social e a cooperação, contribuir para aprender a lidar com as diferenças e a construir amizades;

 

• A Escola como veículo das normas culturais e valores dominantes;

 

• A Escola como contexto de realização / competência / responsabilidade…

 

O SELF EM DESENVOLVIMENTO

 

• As várias influências tendem a reforçar-se mutuamente e, por isso, a canalizarem o desenvolvimento numa direcção globalmente semelhante;

 

Diferenciação: as diferenças individuais reflectem as influências actuais;

Coerência: as influências tendem a ser predizíeis a partir dos períodos precedentes;

Multiplicidade: A família, os pares e a escola são os agentes mais importantes de socialização, mas não são independentes, são um conjunto de forças em interacção;

 

A competência com os pares é o “barómetro” do funcionamento global da criança neste período, está muito relacionada com o bem-estar da criança;

 

Os pais influenciam as relações com pares directamente (oportunidades que criam ou não) e indirectamente (problemas psicológicos, conjugais, etc.);

 

Relacionamento com os pares está associado à adaptação à escola.

 

A adaptação à escola afecta a adaptação em outros contextos - realização fraca gera mais conflitos e problemas na família e problemas com os pares - mas essa adaptação também depende de outros factores externos à escola.

 

 

 

 

 

 

 

No plano social e individual, a criança começa a libertar-se do seu egocentrismo intelectual e torna-se capaz de coordenações novas:

 

- A lógica constitui a coordenação dos pontos de vista entre si;

- Do ponto de vista sócio-afectivo o mesmo sistema de coordenações sociais e individuais gera uma moral de cooperação e de autonomia pessoal que contrasta com a moral intuitiva de heteronomia das crianças mais novas.